Bravo!

És um cavalo bravo! Um Puro-Sangue Lusitano maciço, robusto, chocolate lustroso de laivos carmim que apetece morder, bravio, imponente, indomável... delicio-me a observar-te de longe, enquanto exibes orgulhosamente os teus músculos bem definidos, a tua crina e cauda de um preto rebelde, as tuas patas firmes que pisam terrenos inóspitos sem medo... tens o estranho poder de fazer faiscar os meus olhos num ansejo de montar-te sem sela, pele com pele, sentir o teu pulsar, domar-te nem que seja por uns instantes e depois soltar-te livre, selvagem... criatura misteriosa, provocante, rara como um Red Diamond, seria o nome constante na tabuleta do teu estábulo, caso o tivesses!

Pequenos nadas!

Não sou pessoa de me lamentar. Arrependo-me apenas do que não fiz. Tudo o que faço, tudo a que me sujeito tem uma única responsável, eu! Como tal, também sou eu a única responsável por me desemerdar! Muitas vezes, passo por coisas, por problemas que, por não ter refletido convenientemente, não tenho outra alternativa senão arcar com as suas consequências, faço-o de peito feito, pois foram escolhas minhas. É humano errar. Não acredito no destino, no azar ou na sorte, acredito que sou eu que os faço. Coleciono as adversidades da vida como Little Acorns, que vou guardando para aprender e crescer! E quanto mais erro, mais vontade tenho de errar...

Anseios!

Não há nada pior que deixar uma história a meio... palavras que não foram ditas, gestos que não foram sentidos, partilhas que não foram feitas... a sensação que fica é de vazio, de impotência, de frustação... voltaria atrás e faria tudo de novo, dir-te-ia as mesmas palavras, contudo acrescentaria aquelas que não disse, aquelas que o orgulho calou, aquelas que a dúvida e a insegurança não permitiram que chegassem a ti, aquelas que eu sei que irias gostar de ouvir... desculpa... naquela altura não consegui dar-te All of Me!

Loucuras!

Sou-te sincera... às vezes penso que não mereces certas loucuras minhas, às vezes sinto o peso da culpa... mas rapidamente ela desaparece, porque tu és feliz, porque te faço feliz... fazemo-nos felizes! Sou incapaz de trocar-te por o que quer que seja, mas também sou incapaz de renegar a minha natureza... eu sou assim, sempre fui assim... conheceste-me assim, nunca te escondi! Adoro provocar-te, espalhando desejos ao vento, no fundo, eu sei que também gostas... ou esforças-te por gostar, mas aí és tu a lutar contra a tua natureza! És demasiado possessivo, tens que aprender a libertar... eu vou ensinar-te como se deixa ir sem medos e vais ver que, quando conseguires, sentir-te-ás muito mais livre, mais seguro! Contudo, nunca te esqueças e tem sempre presente que Even After All, eu Amo-Te!

Promessa!

Desde que nos afastámos que sonho recorrentemente contigo! Um sonho em que se repete a minha tortura vezes e vezes sem conta... nele busco-te incessantemente, sinto a tua presença mas nunca te alcanço...
Os sonhos pararam... sabes porquê? Porque te encontrei... maldita a hora, prefiro a tortura dos sonhos àquilo que a realidade me reservou! A indiferença com que me confrontaste não me fez esquecer a promessa que fizémos há 20 anos... eu estou preparada, já tu... tens medo de quê?! Apenas gostava de saber What Kind of Man és tu! Julgava conhecer-te e afinal foram os meus olhos inebriados contigo que não me deixaram ver quem realmente és! Cobarde!

Amor!

Comovem-me os atos de Amor genuíno, puro, desprendido, livre... gestos como o do Homem de Matosinhos, cansado de ver a sua Alma Gémea sofrer às mãos da mortal doença, pôs termo à vida de ambos! Haverá maior demonstração de Amor do que esta?! Aqueles que adiam a libertação dos seus entes "queridos" apenas o fazem num ato puro de egoísmo, porque não querem desprender-se daquele Ser, porque lhes faz falta ao Ego, são egoístas... preferem assistir à agonia a ter que suportar o próprio sofrimento provocado pela ausência de quem dizem amar tanto! Amar verdadeiramente é libertar, é deixar voar, é soltar todas as amarras que os prendem, mesmo quando são eles os autores das laçadas que aparentemente os imobilizam... é ter a coragem de entregar o Ser Adorado nos braços de um Angel!

Bem ou mal!

Porque raio, sempre que uma mulher se mostra mais ousada é logo rotulada de "mal fodida" e, como tal, anda à procura de quem tenha a mestria de a satisfazer? Porque raio o ónus da boa ou má foda tem que recair sobre o companheiro dessa mulher? Não será antes por ela ser tão "bem fodida" que ganhou gosto pela coisa e sinta necessidade de mais? O drogado que se vicia cada vez mais é "mal drogado"? Adorar leitão à Bairrada faz com que apeteça comer apenas e só leitão à Bairrada? Somente uma situação me faz sentir menos satisfeita na cama, é quando EU não tenho tesão! Não há nada pior que foder sem tesão! Os homens entendem isto dificilmente porque para eles, quando não há tesão, a berlaitada fica praticamente inviabilizada...
Um homem pode ser capaz das manobras mais mirabolantes no que à alcova diz respeito, mas se não tiver a capacidade de incendiar uma mulher sem recorrer ao toque, não lhe adiantará de muito toda a sua habilidade, pois passará totalmente despercebido à fêmea que quer foder...  um macho apetecível terá primeiro que saber incutir uma imensa vontade de I just wanna know! E isto, meus amigos, não está ao alcance de todos... felizmente!

Fomes!

Tenho fome! Ou melhor, tenho em mim fomes que não se matam com hidratos de carbono ou proteínas, alimento-me de emoções, gosto do perigo, gosto do risco, do fio da navalha... adoro sentir a adrenalina a correr-me nas veias! Aborrece-me a rotina, os dias que se arrastam sempre iguais deixando perceber apenas a sua espuma, preciso de desvios nos meus itinerários... olhar outras paisagens, sentir outras brisas a tocar-me a pele... despertar vendavais... ganas... são as minhas ganas de querer sempre More!

Vozes!

Sou doida q.b., mas ainda não ouço vozes de além, nem de aquém! E quantas vezes sou obrigada a amordaçar a voz da minha consciência...
Sou obstinada por vozes, busco a voz perfeita para me deleitar! Sou daquelas que quando ouve rádio, idealiza a figura do radialista pela sua voz, ou até quando recebe um telefonema de quem não conhece... e a maior parte das vezes, é com cada balde de água fria, que enfim...
Detesto vozes esganiçadas, não gosto de vozes doces, enjoativas. Amo vozes graves, profundas, tanto nos homens, como nas mulheres. A minha, dizem-me, é voz de bagaço, eu não a considero tanto, e adoraria ter uma voz igual à da D. Simone de Oliveira, mulher que muito prezo e admiro, a todos os níveis.
Dentro desse tipo de vozes, há as que me arrepiam os pêlos da nuca... dava tudo para ter a voz bagaceira do portentoso João Rui a uivar-me Like the Wolf ao ouvido... isso seria... orgásmico!

Boas!

Certa vez, fui ver um jogo do campeonato português à tribuna presidencial dum estádio que agora não me lembro. Dentre vários ilustres do mundo futebolístico, contava-se André Vilas Boas, acompanhado do seu adjunto Vitor Peregrino a Fátima Pereira. No intervalo do jogo, estava eu confortavelmente sentada tragando uma merda qualquer que por lá se servem, quando Boas passa e me olha de soslaio, seguindo para o WC, sempre com o Peregrino colado nas costas. Nem 3 minutos passaram e já estava de volta, encostando-se a um canto, fica a ouvir a tática mais recente nascida na cabeça do Vitinho, enquanto me fitava intensamente. Os seus olhos também tinham línguas, mas estas tocaram habilmente todos os pontos erógenos do meu corpo e ao tocar o principal que tenho na mente, imediatamente, levou-me até ele... arrastei-o pelos colarinhos, enquanto disse ao adjunto "olha ali uma bola", levando Boas para um camarote, onde tal fêmea com cio o obriguei a despir a indumentária de British Gentleman e revelar o animal feroz, não o da política, mas o do tesão, que há dentro de si!
Lembrei-me disto, ontem, enquanto assistia ao jogo Sevilha-Zenit... By the way, a barbola à Lumberman, fica-lhe a matar!

Esposa!

E o seu correspondente no masculino. É capaz de ser a palavra que introduz a lista das palavras que mais abomino no português. Há nela toda uma carga respeitosa, ceremonial, quase sagrada, que me faz rebolar de tanto rir por dentro quando a ouço na boca dos Esposos cujos os olhos tivessem línguas, eu sairia toda lambuzada após uma breve troca de impressões... "Ah, a minha Esposa isto, a minha Esposa aquilo..." e os olhos comendo-me literalmente! É lindo! Nada contra os saltaricos da cerca, sou até bastante adepta da modalidade, pois nada melhor que umas traulitadas sem qualquer compromisso, os instrumentos da luta libidinosa depois de lavados ficam iguaizinhos e cada um volta à sua vidinha pardacenta de sempre! Mas ouvir a palavra "Esposa" da boca do gajo que, se eu deixasse, me saltava à espinha em três atos, é para mim, uma dicotomia.
Eu sou mais "Homem" e "Mulher", é muito mais honesto, puro e prático!

Para começar!

Bem vindos! Este será um espaço de libertação de amarras, aqui falarei de mim, das minhas experiências e da minha visão mundana. Não sou mulher de grande erudição e, como tal, textos eruditos não constarão deste espaço, a linguagem será simples, redonda, crua, rude a roçar o burgesso...
Dispam-se e ponham-se à vontade, sintam as vibrações desta minha orquestra tresloucada na vossa derme.